Pensando um Segundo...

... é lógico que gostaria muito de reverter muitos traços de autismo no meu filho, pois almejo sua felicidade e independência, mas não tenho mais aquela angústia abafada no peito, desesperada por uma cura como se ele fosse um brinquedo com estragos e que eu queria a todo custo consertar. Hoje sou muito Feliz com o SEGUNDO de hoje. Curto cada momento de alegria dele , cada palavra nova, cada pequena descoberta . Acho ele tão doce... ( e marrento também, às vezes). Pelas palavras, na maioria das vezes, faltarem, ele substitui muito por gestos ou puxando minha mão para pegar o que ele quer, mas amo quando ele assiste um comercial ou ver escrito e diz: Mais Você ou “caderão do uqi”, “jorná nacioná”, armazém papaíba ou ainda quando pergunto o nome dele, da irmã, do pai e o meu(é claro) e ele responde rapidinho. E o melhor é perguntar como ele está e ele dizer: “estou apaxonado”. Se ele tem consciência do que fala? Não sei.... Só sei que o amo por tudo que faz e por aquelas que não consegue fazer. Tento não perde nada... nadinha da vida dele, pois, na vida, ele é meu professor.

Enfim como diz Dalai Lama : '' a felicidade é saber curtir o caminho e não só almejar a chegada. "

Abraços

Vilma Candido



sexta-feira, março 29

Resultados do Projeto Zoom superam expectativas na educação de autistas


Premiado pela 3ª edição do Prêmio Instituto Claro, o projeto Zoom - no Toque da Comunicação recebeu tablets para desenvolver um novo tipo de interação com autistas. Idealizado pelo Instituto Zoom, da que atende crianças, adolescentes e adultos autistas na cidade paulista de Salto, o projeto cresceu a ponto de ter que se mudar para uma nova sede, com mais espaço para a realização das atividades. Hoje, depois de quase um ano do início das atividades com as ferramentas, as coordenadoras do projeto apontam uma evolução permanente no comportamento e atenção das crianças e jovens envolvidos. 

Um dos principais objetivos do Zoom é aumentar, aos poucos, o nível de interatividade dos autistas, a partir de ações mediadas pelos tablets. “Nosso propósito é que a criança estabeleça uma interação social sem que sejamos impositivos, isso deve partir dela, ela deve querer brincar, querer falar”, conta Ângela Camargo, coordenadora do projeto. 

Segundo ela, a tecnologia touch é o grande atrativo dos aparelhos, além dos jogos coloridos e com muito movimento, que conseguem prender a atenção dos autistas por até 40 minutos - um número relevante se comparado a outras atividades direcionadas a este grupo. Além dos jogos, também são estimuladas a leitura e a pesquisa sobre temas de interesse deles. 

Muitas das crianças do Instituto, antes da chegada dos tablets, negavam qualquer interação ou atividade que envolvesse outra pessoa. “Hoje algumas delas conseguem ficar até meia hora em um exercício compartilhado”, comemora Ângela. O contato visual, valor sempre perseguido pelas coordenadoras, foi aprimorado com as atividades usando as novas ferramentas. 

O feito mais marcante do projeto foi o avanço de um menino de seis anos que não fazia nenhum tipo de interação e não se desligava da mãe. “Ele tinha uma dificuldade muito grande de aceitar mudanças, ninguém conseguia fazer com que ele parasse de chorar e o único dia diferente foi quando oferecemos o tablet”, relata Ângela. Hoje, a criança faz atividades regularmente e aceita brincadeiras propostas pelos educadores. 

O projeto também realiza um acompanhamento com os pais, para que conheçam as ferramentas e entendam a importância de estimular este outro tipo de interação com os filhos. Depois de superar as expectativas nesta primeira etapa, o projeto agora busca caminhos para alcançar cada vez mais pessoas.