Pensando um Segundo...

... é lógico que gostaria muito de reverter muitos traços de autismo no meu filho, pois almejo sua felicidade e independência, mas não tenho mais aquela angústia abafada no peito, desesperada por uma cura como se ele fosse um brinquedo com estragos e que eu queria a todo custo consertar. Hoje sou muito Feliz com o SEGUNDO de hoje. Curto cada momento de alegria dele , cada palavra nova, cada pequena descoberta . Acho ele tão doce... ( e marrento também, às vezes). Pelas palavras, na maioria das vezes, faltarem, ele substitui muito por gestos ou puxando minha mão para pegar o que ele quer, mas amo quando ele assiste um comercial ou ver escrito e diz: Mais Você ou “caderão do uqi”, “jorná nacioná”, armazém papaíba ou ainda quando pergunto o nome dele, da irmã, do pai e o meu(é claro) e ele responde rapidinho. E o melhor é perguntar como ele está e ele dizer: “estou apaxonado”. Se ele tem consciência do que fala? Não sei.... Só sei que o amo por tudo que faz e por aquelas que não consegue fazer. Tento não perde nada... nadinha da vida dele, pois, na vida, ele é meu professor.

Enfim como diz Dalai Lama : '' a felicidade é saber curtir o caminho e não só almejar a chegada. "

Abraços

Vilma Candido



sexta-feira, abril 30

Escola paraibana é considerada a melhor no Nordeste

Localizada em Campina Grande, o estabelecimento foi selecionado pelo Ministério da Educação

A Escola Estadual Alceu Amoroso Lima, localizada no bairro das Malvinas, em Campina Grande, foi selecionada pelo Ministério da Educação (MEC) como a melhor na região Nordeste que desenvolve experiências educacionais para a educação inclusiva. “Ficamos felizes, pois o reconhecimento é fruto do trabalho desenvolvido pela Paraíba”, destacou a presidente da Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiências (Funad), Rosália Araújo, que é responsável pela execução de educação inclusiva no Estado. “Ainda é importante frisar e agradecer a grande colaboração da Secretaria de Educação e Cultura do Estado, na pessoa do professor Sales Gaudêncio, que sempre apoiou o nosso trabalho”, destacou.


A direção da escola enviou ao MEC sua experiência em educação inclusiva com o objetivo de participar do concurso que possui como título: “Prêmio Experiências Educacionais Inclusivas – Escola aprendendo com as diferenças”. O MEC selecionou 05 escolas em todo o país, uma por região, sendo escolhida a Paraíba, através da Escola Alceu Amoroso Lima para representar a região Nordeste, por ter apresentado a melhor experiência em toda a região.


A consultora do MEC, Walquíria Monteblanco, visitou no dia 27 a Escola Estadual em Campina Grande, juntamente com as técnicas da Funad Helena Madruga e Ana Guerra, oportunidade em que constataram in loco a experiência bem sucedida da escola. Rosália Araújo disse que a Paraíba vem se destacando a cada dia em todas as áreas, e não tem sido diferente na Educação, que vem passando por mudanças estruturantes. “O fruto deste trabalho sério é o reconhecimento nacional, como no caso da Escola Estadual Alceu Amoroso Lima”, enfatizou.

segunda-feira, abril 26

Você tomou a vacina anti-H1N1?

A polêmica gripe suína ou H1N1 continua provocando pânico em alguns segmentos principalmente após as recomendações oficiais para que a população não deixasse de se vacinar. Mesmo assim, muitos temem a vacinação principalmente por causa da possibilidade de efeitos colaterais.
Existe razão para esse temor? É claro que sim pois todo tipo de vacina, onde um corpo estranho é inoculado no organismo, pode causar reações desde as mais leves, do tipo febril, até complicações mais serias que são, efetivamente mais raras.Entretanto, não posso deixar de externar uma opinião que me incomoda muito. Nos últimos dias, a imprensa e muitos profissionais de saúde defendem a vacinação anti-H1N1 com ‘unhas e dentes” e tivemos a oportunidade de ouvir opiniões de muitos infectologistas e outros especialistas de renome endossando essa recomendação.Eles frisaram que a vacina é segura e que pouquíssimos efeitos colaterais poderiam surgir.Ora, isto todos sabemos! O que realmente queremos saber é se a vacina é EFICAZ mesmo ou, conforme muitas outras autoridades mundiais questionam, não oferecem proteção para os que a tomam. Um renomado infectologista da Universidade John Hopkins e da Universidade de Yale, Philip Alcabes, declarou textualmente: "Houve um tremendo exagero com a ameaça representada pelo vírus H1N1 que acabou como uma espécie de galinha dos ovos de ouro para os fabricantes de vacinas e as empresas farmacêuticas" .Alem dele, Thomas Jefferson, epidemiologista e Professor de Medicina Preventiva no Royal Defence Medical College em Gosport, Inglaterra afirmou também: “"Há toda uma indústria esperando por uma pandemia ocorrer. Desta indústria fazem parte a OMS (Organização Mundial de Saúde), os oficiais de saúde pública, virologistas e as companhias farmacêuticas. Eles contruiram esta máquina ao redor das pandemias iminentes. E há muito dinheiro envolvido, e influência, e carreiras, e instituições inteiras. E bastou apenas um destes vírus de gripe sofrer mutação para este maquinário todo começar a funcionar."
"A definição de pandemia foi alterada em Maio de 2009, retirando a parte que se referia a alta mobilidade, grande número de casos graves e mortalidade, de forma que esta nova definição poderia muito bem se encaixar com a gripe sazonal". Outro respeitável cientista,Kent Holtorf, médico com doutorado em medicina pela Universidade de St. Louis e especialista em doencas infecciosas.
"Eu me preocupo mais com a vacina do que com a gripe suína".
Pois bem, se dermos credito aos que possuem respeitada biografia cientifica, podemos dar razão a todos os que se recusem a tomar a vacina pois uma pergunta pode ser feita sem o menor constrangimento: “Cadê a epidemia?”. Alguns paises europeus PROIBIRAM a vacinação contra H1N1 porque sabem que a vacina realmente NÃO foi testada rigorosamente pois não daria tempo de faze-lo devido ao tempo exíguo no qual foi fabricada. Para aumentar a efetividade dela, foram adicionadas quantidades de alumínio, mercúrio e outros conservantes químicos que são passiveis de produzirem doenças mais graves nos próximos anos.
Apesar de respeitar as opiniões de colegas que apareceram na mídia para darem seu endosso à vacinação, quero frisar que o meu receio não é o de que ela possa provocar febre reacional ou alguma reação alérgica mas, sim, a médio e longo prazo, efeitos deletérios para o organismo daqueles que a utilizarem.Sei qye alguns me criticarão por ser um mensageiro de catástrofes futuras mas, realmente, não podemos também aceitar as expectativas catastrofistas que não confirmaram as previsões e que não se configurarão, certamente.
Muito mais sábio do que tomar uma vacina de condições não bem conhecidas é a preocupação em se reforçar as defesas do organismo para enfrentar qualquer tipo de doença infecciosa que nos apareça pela frente.
Segundo o Professor Philip Alcabes, o surto de H1N1 foi bastante pequeno e houve um tremendo exagero com a ameaça representada pelo vírus H1N1 e que "acabou como uma espécie de galinha dos ovos de ouro para os fabricantes de vacinas e as empresas farmacêuticas. Alcabes insistiu em que a gripe suína foi um fiasco antes de que a vacina fosse produzida e, conseqüentemente, fez com que a imunização em massa não fosse mais necessária. As campanhas só aconteceram, disse ele, porque as empresas farmacêuticas, os políticos e os meios de comunicação induziram o pánico de o H1N1 repetiria a mortal pandemia de gripe de 1918. O especialista disse também que não é claro se a vacina teve qualquer efeito em impedir que o H1N1 se espalhasse.
Desta forma, ficam lançados os tópicos de polêmica para que cada um de nos decida de acordo com a sua consciência.
(abril de 2010)
Dr. Sérgio vaisman

domingo, abril 25

Nos EUA, a taxa de autismo aumentou em 57% desde 2002

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) informou que houve um aumento de 57% nos diagnósticos de autismo desde a última estimativa feita, em 2002. Em termos de números absolutos, a proporção em 2002 era de um caso detectado para 110 crianças, enquanto hoje é de um diagnóstico positivo de autismo para 150 crianças americanas. O CDC considera o autismo como um problema de saúde pública significante.
Catherine Rice, principal autora do relatório do CDC, acredita que a tendência reflete uma maior consciência e diagnóstico de “desordens de espectro autista”. Isso também pode significar que mais crianças estejam expostas à causas “ainda desconhecidas” (leia-se timerosal (mercúrio) nas vacinas, sulfato de magnésio, terbutalina e outras substâncias).
Rice segue dizendo que “nós sabemos que fatores genéticos e ambientais estão envolvidos, e nós temos muito a aprender sobre as causas”.
De acordo com a Mayo Clinic, aproximadamente 5 a 10% dos indivíduos com autismo tem suas condições estritamente devidas a fatores genéticos ou ambientais. isso me permite interpretar a situação da seguinte maneira: 90 a 95% dos casos não se devem a fatores estritamente genéticos ou ambientais, e sim à outras causas, oficialmente apresentadas como “desconhecidas”. Fatores ambientais podem ocorrer durante a gravidez ou logo após o nascimento. Algumas causas genéticas podem incluir anormalidades nos cromossomos assim como alterações em um único gene entre os cromossomos. Pais de crianças diagnosticadas com autismo são aconselhados a procurarem um geneticista.
O estado americano que possui a taxa mais baixa de autismo é a Flórida, e os com taxas mais altas são Arizona e Missouri, ainda que a taxa de diagnósticos de autismo tenham aumentado em todas as regiões geográficas, sexos, etnias e grupos raciais. Um fato interessante é que, para cada mulher diagnosticada com autismo, quatro homens contraem a doença.

Fonte: Examiner.com

quinta-feira, abril 22

PRODUTOS NESTLÉ QUE NÃO CONTÉM GLUTEM E SEUS DERIVADOS.

Vejam relação atualizada dos principais produtos industrializados pela Nestlé no Brasil que não contêm leite ou seus derivados.

Entrem em contato com a empresa e eles enviaram informativos e incluiram seus nomes num cadastro que permitirá mantê-las atualizadas em relação a alterações que venham a ocorrer na lista de nossos produtos isentos de leite e derivados.

ACHOCOLATADOS
Nescau: Pó; Pó Light; Longa Vida
Nesquik Chocolate: Pó

ÁGUAS
Aquarel

ALIMENTOS INFANTIS NESTLÉ
Etapa 1 (a partir de 6 meses): Ameixa; Banana; Maçã; Goiaba; Pêra; Cenoura; Mandioquinha
Etapa 2 (a partir de 6 meses): Carne, Cenoura, Mandioquinha e Batata; Carne com Legumes; Carne, Legumes, Arroz e Gema de Ovos; Caldo de Feijão com Arroz, Beterraba e Legumes; Galinha e Hortaliças; Peru com Legumes e Arroz; Frutas Sortidas; Maçã e Ameixa; Maçã e Banana; Maçã e Laranja
Etapa 3 (a partir de 8 meses): Carne com Arroz e Caldo de Feijão; Carne com Legumes; Galinha com Legumes; Frutas Sortidas
Júnior (a partir de 12 meses): Jardineira de Legumes; Picadinho de Carne; Risotinho de Frango; Strogonofinho; Creme de Papaia
Nestlé Duo
Etapa 2 (a partir de 6 meses): Espinafre e Carne; Ameixa e Iogurte com Maçã
Etapa 3 (a partir de 8 meses): Batata e Galinha; Banana e Iogurte com Maçã
Júnior (a partir de 12 meses): Goiaba com Queijo

BALAS E DOCES
Mentex
Caramelos Sortidos
Toffees: Chocolate Branco; Chocolate ao Leite; Duplo Sabor (chocolate branco e chocolate ao leite) Leite; Castanha de Caju; Frutas Cristalizadas; Laranja Cristalizada; Passas

CHOCOLATES
Chocolate em Pó: Chocolate em Pó Solúvel Nestlé

LEITES E DERIVADOS
Creme de Leite: Light; Tradicional
Doce de Leite Moça: Cremoso; Para Corte
Leite Moça: Tradicional; Desnatado
Mocinha: Tradicional; Chocolate; Morango
Mocinha Mini: Tradicional; Chocolate; Doce de Leite; Limão; Morango
Moça Fiesta: Docinhos (Beijinho; Brigadeiro; Cajuzinho); Recheio e Cobertura Chocolate
Molico Pó: Cálcio Plus; com Vitaminas A e D
Ninho: Tradicional; Instan¬tâneo; Fases (Crescimento 1+; 3+ e 6+)

NESCAFÉ
Café com Leite; Café com Leite Light; Matinal; Original

REFRIGERADOS
Bebidas
Chamy: Bebida Láctea com Iogurte Semidesnatado e Morango; Bebida Láctea com Iogurte Semidesnatado e Frutas Sortidas; Bebida Láctea com Iogurte Semidesnatado e Pêssego
Frutess: Suco de Maracujá com Iogurte; Suco de Uva com Iogurte
Néctar de Laranja Nestlé
Iogurtes
Bliss: Morango; Morango, Framboesa e Amora
Iogurte Light Molico: Batido; Líquido Mamão; Líquido Morango; Natural
Iogurte Nestlé: Natural Desnatado Firme; com Geléia e Pedaços de Morango; com Mel; com Mel, Suco de Laranja e Cenoura; com Mel e Própolis; Natural
Leites Fermentados
Chamyto: Tradicional; Tangerina
LC1 Active: Morango; Natural

Petit Suisse
Chambinho Chocolate
Chambinho Moça
Chambinho Dois em Um: Morango e Mel
Chambinho Morango: Chambinho; Maxi Chambinho
Chambinho Tubinho: Morango
Ninho Soleil: Morango com Purezinho de Morango; Pêra com purezinho de Pêra

Queijos
Especialidade Láctea com Requeijão
Especialidade Láctea com Requeijão Light

SOBREMESAS
Chandelle: Chocolate; Chocolate Branco; Creme de Papaia com Cassis; Light; Sensação
Chandelle Mousse: Chocolate; Chocolate Branco
Cheese Cream: Salada de Frutas
Flans Moça: Baunilha com Calda de Caramelo; Baunilha com Calda de Morango; Mini Flan
Pudim: Leite Moça
Sobremesa Nestlé: Pudim de Chocolate ao Leite Oba! Pudim!
Moça Mousse: Morango
Moça Mousse & Calda: Baunilha e Framboesa
Moça Brigadeiro de Colher
Molico Mousse: Maracujá com Calda de Maracujá
Sobremesa Nestlé: Mousse de Chocolate; Mousse de Maracujá

SORVETES NESTLÉ
Chambinho: (pote 750 ml)
Leve para casa: Moça Chocolate com Calda e Raspas de Chocolate; Moça Leite Condensado com Calda e Pedaços de Frutas Vermelhas; Moça Leite Condensado com Doce de Leite e Castanhas; Molico Delícia de Morango; Molico Delícia de Pêssego
Molico Picolé: Frutas Amarelas; Frutas Vermelhas
Ninho Soleil: (pote 750 ml)
Picolés Cremosos: Coco
Picolés Infantis: Abracadrabra; Chambinho Morango Vitaminado; Exagelado Framboesa e Limão; Exagelado Hélice; Fininho e Magrelo Abacaxi; Fininho e Magrelo Groselha
Picolés La Frutta: Abacaxi com Hortelã; Limão; Uva; Mamão e Laranja
Potes Família (2 litros): Creme
Potes La Frutta (750 ml): Abacaxi com Hortelã; Limão; Maracujá
Sorvetes de Massa: Abacaxi; Chambinho; Chiclete; Coco; Creme; Crocante; Doce de Leite Moça; Limão; Molico; Prestígio
Sundae: Baunilha e Morango com Calda de Morango e Castanhas; Baunilha com Calda de Chocolate e Castanhas
Tortas: Noblesse Clássica

SUPLEMENTO NUTRICIONAL
Nutren Active: Banana; Baunilha; Chocolate; Morango

TEMPEROS MAGGI
Tomagic
Ama¬ciante de Carnes com Tempero
Delícias de Carne: Croquete; Hambúrguer; Picadinho Caipira; Tirinhas Chinesas
Delícias de Frango: Frango à Americana; Frango à Caipira; Frango Xadrez;
Fondor
Gril
Meu Segredo Tempero Completo 7 Vegetais




"O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: APÓS OS SEIS MESES DE IDADE CONTINUE AMAMENTANDO SEU FILHO E OFEREÇA NOVOS ALIMENTOS."

"O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: O ALEITAMENTO MATERNO EVITA INFECÇÕES E ALERGIAS E É RECOMENDADO ATÉ OS DOIS ANOS DE IDADE OU MAIS."

terça-feira, abril 20

Autistas, os pequenos notáveis

Dificuldades de diagnóstico e avaliações mais criteriosas, ética, competência pedagógica, algumas reflexões sobre o preconceito e a atuação da psicologia, readequação de ambientes, interrupção de execução de serviços apropriados por falta de profissionais ou familiares, nem tanto de maneira privativa, mas global à natureza do autista, são preocupações que se intensificam.
Os avanços sociais educacionais imaginados por teóricos põem em curso a regulamentação da profissão de médico, gerando discussões, colidindo com outras da área de saúde estabelecidas em todos os seus aspectos, considerando o autismo como um fenômeno bio, psico, portanto mental e físico e mais, afetivo e biológico porque abarca as questões neurológicas e genéticas.
O médico, sem generalizar, somente ele e não estando em pauta a sua especialização, estará revestido de poder para formular o diagnóstico nosológico, ou seja, das enfermidades em geral e ainda, classificá-las a partir do seu ponto de vista pessoal, já que a capacidade de cada um não é uma verdade absoluta.
Para tratamento do autista, o médico terá que exercer a integralidade de outras profissões que agem no contexto dele, sem fragilizar a psicologia nas suas atribuições, pois que classificada como item de tratamento multiprofissional, não se deve prescindir da sua atuação.
Nos atuais centros de atendimento educacional especializados, complementar ou suplementar, os autistas e deficientes da mente já são tratados com avançadas estratégias utilizadas por psicólogos e educadores diversificados, orientando compreensão para si mesmo.
No cotidiano, o atendimento a criança ou adolescente autista já tem programas que garantem seus direitos com abordagens construtivistas e sócio-interacionistas, utilizando-se da filosofia de que o ser humano se desenvolve no ambiente familiar e social, frente a estímulos contínuos por respeito ao autoconhecimento das suas limitações.
É bem possível que mesmo Leo Kanner não tenha pensado o quanto instituições, profissionais e especialistas teriam que trabalhar na derivação da sua proposta, em busca de caminhos que levassem ao encontro de soluções para o autismo, após sua descrição na década de 40 do século XX.
Para acompanhar o comportamento em sua diversidade, com sensibilidade e conhecimento, os profissionais poderiam considerar a aplicação de metodologias com base no senso lúdico do autista, levando em conta o prazer que ele apresenta na participação do processo educacional, revelando a diversidade que permitirá a participação eventual no seu imaginário a partir da família.
Raramente um autista demonstra que retém ensinamentos. São mais comuns os registros das suas rotinas diárias serem constatadas mais tarde ou inesperadamente reveladas, depois de uma espécie de maturação pelo mesmo, sem que ele tenha demonstrado interesse pelo que lhe foi ensinado.
Médicos e especialistas, poderiam se reunir com educadores e pais, para discutirem soluções sobre as dificuldades que os autistas têm para compreender a evolução do ensino, principalmente nos aspectos afetivos e educacionais.
Quando a família é incorporada ao processo terapêutico do autista, de acordo com a orientação de psicólogos e educadores em conjunto com as dinâmicas de reflexão e conhecimento de cada área afim, essa interação se tornará o elo que facilitará a integração minimamente ideal para o aluno.
Diferentes designações conceituais têm sido aplicadas para a educação inclusiva, pois quando se trata de autismo, ela aparece apenas como mais uma nova nomenclatura direcionada para o aluno, surpreendendo o educador que de especialista em uma deficiência, antes da nova diretriz de ensino, agora precisa ter formação mais ampla.
Entendendo que criar conceitos na mente significa compreender, e decodificar significa reconhecer, o processo educacional de inclusão é o passo que possibilita o tratamento de deficiências, em conjunto com as novas metodologias que contribuem para a diminuição dos efeitos da síndrome do autismo, vistos como impeditivos para o progresso do aluno que deixou de ser paciente.
As escolas brasileiras devem cultivar a partir de agora, e que ninguém duvide disso, um novo olhar, acolhendo a todos como estudantes e não doentes, defendendo-os como uma arma poderosa de combate ao preconceito em favor de todas as pessoas com deficiência.
O desafio não é viver, isso é natural, o desafio é conviver, completaria... É ser, fazer e aprender.
Durante a vida inteira o autista fica subjugado pela ditadura da genética, crescendo física e fisiologicamente, sem parar, mas mesmo em idade avançada, quando não tem mais nada para crescer, continua a aumentar o tamanho do nariz para não esquecer o mau cheiro do preconceito, por que não há projeto de vida para ele com perspectiva de vida, lazer, educação, trabalho, vida sexual e velhice...
Reflexões, debates de ações e responsabilidade social devem ser tão obrigatórias quanto à inclusão em qualquer planejamento pedagógico, pois incluir não significa diferenciar atividades para deficientes autistas ou não, mas sim aceitar a oportunidade para tentar solucionar o seu problema.
O sistema brasileiro de educação é o primeiro entre muitos países, que determina o ensino regular aos alunos com deficiência intelectual, deficiências sensoriais, altas habilidades, deficiência física e transtornos invasivos do desenvolvimento, fazendo a erradicação das “classes especiais”, ampliando a perspectiva salutar da educação inclusiva.
Embora absolutista em tese, que os médicos continuem executando com dedicação os prognósticos, raciocinando diagnóstico, visando assegurar saúde e reabilitação das pessoas.
A vida do autista até pode ser fácil, mas a convivência que é o desafio maior, pelo fato de ter que viver com o outro, mesmo que indiretamente, desenvolvendo a tolerância, o perdão e seu senso de solidariedade entre outros, comprova que onde há sentimentos não existe aprendizado dissociado da prática.
Os autistas estão aí, mostrando que vieram para fazer parte do todo, exclusivamente abrindo caminho para que os pesquisadores façam provas dos insucessos pontuais das ciências transitórias, que entrecortadas pelo êxito das suas limitações têm, e nada mais são do que humanas.
Únicos em emoções e sentimentos, os autistas são pequenos notáveis, não nascem prontos, são moldados e guiados para apresentarem similaridade comportamental pelo menos entre os ditos normais.
Nilton Salvador
Pai do autista Eros Daniel.

sexta-feira, abril 9

Abril é o mês do autismo, a maior epidemia do mundo atualmente


Com números alarmantes, evento decretado pela ONU foi lembrado por Obama e grandes monumentos no dia 2

A maior epidemia do planeta atualmente. Assim é descrito o autismo por autoridades no assunto nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil não há estatística sobre a síndrome, apenas uma estimativa de 2007: quando o país tinha uma população de cerca de 190 milhões de pessoas, havia aproximadamente um milhão de casos de autismo, segundo o Projeto Autismo, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo.

Os números impressionaram com o salto de um caso a cada 2.500 crianças na década de 1990, para o número assustador de uma criança com autismo a cada 110 nascidos em média. Os números são de dezembro de 2009, segundo o CDC (Centers of Deseases Control and Prevention), do governo dos Estados Unidos. No mundo, segundo a ONU, acredita-se ter mais de 70 milhões de pessoas com autismo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem. A incidência em meninos é maior, tendo uma relação de quatro meninos para uma menina com autismo. Na Inglaterra, há estudos de que o número possa ser de uma criança autista a cada 58 nascidos, segundo estudo da Universidade de Cambridge – que anteriormente era de um a cada cem.

A fim de alertar o planeta para essa tão séria questão, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou a partir de 2008 o Dia Mundial da Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day), no dia 2 de abril de cada ano e decretou abril como o mês do autismo no planeta. Para 2010, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou a importância da inclusão social. “Lembremo-nos que cada um de nós pode assumir essa responsabilidade. Vamos nos unir às pessoas com autismo e suas família para uma maior sensibilização e compreensão”, disse ele na mensagem deste ano, mencionando ainda a complexidade do autismo, que precisa de muita pesquisa. Vários monumentos e grandes construções ao redor do mundo se propuseram a iluminar-se de azul como manifestação em favor dessa conscientização no dia 2, como o prédio Empire State, em Nova York, nos Estados Unidos, e a CN Tower, em Toronto, no Canadá.

Um discurso do presidente dos Estados Unidos, no dia 2, lembrou a importância da data: “Temos feito grandes progressos, mas os desafios e as barreiras ainda permanecem para os indivíduos do espectro do autismo e seus entes queridos. É por isso que minha administração tem aplicado os investimentos na pesquisa do autismo, detecção e tratamentos inovadores – desde a intervenção precoce para crianças e os serviços de apoio à família para melhorar o suporte para os adultos autistas”. Barack Obama ainda concluiu: “Com cada nova política para romper essas barreiras, e com cada atitude para novas reformas, nos aproximamos de um mundo livre de discriminação, onde todos possam alcançar seu potencial máximo”.

No Brasil, é preciso alertar, sobretudo, as autoridades e governantes para a criação de políticas de saúde pública para o tratamento e diagnóstico do autismo, além de apoiar e subsidiar pesquisas na área. Somente o diagnóstico precoce, e conseqüentemente iniciar uma intervenção precoce, pode oferecer mais qualidade de vida às pessoas com autismo, para a seguir iniciarmos estatísticas na área para termos idéia da dimensão dessa realidade no Brasil. E mudá-la.

A criação do Sistema Nacional Integrado de Atendimento à Pessoa Autista poderá colocar o Brasil na vanguarda da luta contra o autismo, através de um projeto de lei prestes a tramitar no Senado, com um texto elaborado por diversas entidades ligadas à causa. Se aprovada, a legislação será uma das primeiras no mundo a priorizar o autismo como caso de saúde pública em todo o país, incluindo cadastro, capacitação de profissionais de saúde, criação de centros de atendimento especializado, além da inclusão do autista no grupo das pessoas portadoras de deficiência. O projeto tem o senador Paulo Paim (PT-RS) como relator, que discursou no Senado, no dia 5, lembrando o Dia Mundial do Autismo: “O Senado Federal vai cumprir a sua parte na discussão desse assunto tão importante a partir da Comissão de Direitos Humanos (CDH). Estamos elaborando uma programação para discutirmos – se necessário for, inclusive, em outros Estados –, em audiência, a proposta que já está na CDH. Tenho conversado muito com as entidades ligadas à causa, e elas são unânimes em afirmar que faltam políticas públicas direcionadas ao problema e mais investimentos em pesquisa para, com precisão, diagnosticar a doença de forma precoce”, finalizou Paim.

Não é, porém, somente no Brasil que os pais de autistas sofrem atualmente, na maioria das vezes sem diagnóstico precoce e tratamento adequado para seus filhos. Recentes descobertas de um grupo de médicos e bioquímicos estadunidenses, todos eles pais de autistas, têm causado polêmica e espanto em boa parte da comunidade científica mais tradicional. Essas descobertas contrariam o que se admite atualmente, pois segundo essa nova tese, o autismo não seria um mero transtorno mental, mas resultado de uma grave intoxicação, sendo o autismo uma conseqüência – essa nova abordagem divide a opinião de profissionais de saúde e assusta a indústria farmacêutica.

No fim de março, numa conferência em Brasília, médicos e cientistas brasileiros e estadunidenses foram praticamente unânimes ao reforçar a nova tese. Segundo eles, os autistas têm muita dificuldade de eliminar toxinas do organismo, e a situação seria agravada por uma disfunção gastrointestinal que facilita a absorção de toxinas pelo intestino, fazendo com que entrem na corrente sanguínea chegando ao cérebro, o que justificaria o comportamento autístico.


Vários níveis

O autismo faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID) – também conhecido como Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Para muitos, o autismo remete à imagem dos casos mais graves, mas há vários níveis dentro do espectro autista. Nos limites dessa variação, há desde casos com sérios comprometimentos do cérebro a raros casos com diversas habilidades mentais, com a Síndrome de Asperger (um tipo leve de autismo) – atribuído inclusive a aos gênios Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Mozart e Einstein.

A medicina e a ciência de um modo geral sabem muito pouco sobre o autismo, descrito pela primeira vez em 1943 e somente 1993 incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da Organização Mundial da Saúde como um transtorno invasivo do desenvolvimento. Muitas pesquisas ao redor do mundo tentam descobrir causas, intervenções mais eficazes e a tão esperada cura. Atualmente diversos tratamentos podem tornar a qualidade de vida da pessoa com autismo sensivelmente melhor.

Para este ano haverá, entre outros eventos promovidos pela ONU, o lançamento do documentário "A Mother’s Courage: Talking Back to Autism” (Coragem de mãe: falando sobre o autismo, em tradução livre), narrado pela premiada atriz Kate Winslet (de Titanic). O filme fala sobre uma mãe islandesa que viaja para os Estados Unidos em busca de novas terapias para o filho que é autista. E no dia 22, a ONU promoverá um painel de discussão no Catar, conduzido por Jazeera Riz Al Khan, com pais, terapeutas e outros profissionais envolvidos com o tema “O Impacto do Autismo na Família”.





Mais material

Dois vídeos com a mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, para o Dia do Autismo de 2010 estão publicados na internet no endereço http://www.un.org/en/events/autismday/sg_video_messages.shtml, ambos no canal oficial da ONU no You Tube, com opção de legendas em português.

Fontes estatísticas:

· Estatísticas do CDC, EUA: http://www.cdc.gov/ncbddd/autism/data.html

· Universidade de Cambridge, Inglaterra: http://www.dailymail.co.uk/health/article-466966/One-58-British-children-autistic-new-figures-reveal.html

Mais material pode ser encontrado em:

http://www.worldautismawarenessday.org/site/c.egLMI2ODKpF/b.3917089/k.E97F/Materials.htm

Pais Estudantes



As escolas trabalham com seus alunos há mais ou menos dois meses. É de se esperar que, a esta altura, muitos estudantes já tenham percebido que têm obstáculos a enfrentar, dificuldades a superar, conflitos a resolver. Frequentar escola traz lá os seus problemas, todos sabem. No entanto, o que não sabíamos é que boa parte desses problemas acaba nas mãos dos pais. Da educação infantil à faculdade, eles têm assumido muitos dos contratempos escolares dos filhos.


Pais de universitários tentam negociar prazos de entrega de trabalho com professores e comparecem à faculdade para resolver problemas dos alunos com a secretaria. Muitos também são chamados pelas faculdades para reuniões e até recebem boletim de frequência e avaliação do filho -isso sem falar de mestrandos e doutorandos em situação semelhante.


Não há dúvida de que esses jovens, de classe média, estão infantilizados, e nem sequer se envergonham da situação. Ao contrário: é de muitos deles que parte o pedido de ajuda aos pais. Justamente quando finalizam o processo de amadurecimento iniciado na adolescência e estão prestes a entrar na vida adulta, são seduzidos a estacionar, quando não a regredir.


Quem tem filhos cursando o ensino médio ou o pré-vestibular carrega uma carga bem pesada. Pressionados pela sociedade, pressionam seus filhos para que deem conta da enorme quantidade de conteúdo passado pela escola e tirem boas notas, para que não percam aulas, para que entrem em uma faculdade reconhecida etc. Contratam professores particulares -muitas vezes indicados pela escola que o filho frequenta!-, dão prêmios e castigos, controlam horários de estudos, tudo em função do rendimento escolar. Mas para quem é importante, afinal, cursar uma faculdade?


Já quem tem filhos no ensino fundamental acaba por ter de atender a pedidos das escolas para que resolvam questões de indisciplina, de desatenção, de comportamentos inadequados ao espaço escolar, de recusa da autoridade do professor etc. No final, o aluno está lá na escola e os pais, aqui fora, tentam interferir no comportamento dele lá. Será que é possível? Tenho dúvidas, já que, quando mudam o papel social e o contexto, pode mudar muita coisa na maneira de se portar da criança.


Nem mesmo os pais das que frequentam a educação infantil ficam livres de arcar com questões da vida escolar dos filhos. São pesquisas e lições para serem feita em casa, reuniões para ouvir análises que a escola faz, ora do comportamento ora do desenvolvimento de seus filhos e até receber algumas orientações, inclusive de encaminhamentos.


Em resumo: hoje, quem tem filhos na escola quase se torna um repetente, já que precisa dar conta de questões que lá atrás, em sua infância, já foram vividas. E quase sempre sem contar com a ajuda dos pais, é bom ressaltar.
Talvez uma boa parceria da família com a escola pudesse ser a de que ambas conseguissem ensinar aos filhos e alunos que o compromisso escolar é deles, e apenas deles.

domingo, abril 4

Luiz Couto pede atenção para os autistas

O deputado federal Luiz Couto (PT) pediu atenção do Poder Público para as pessoas e famílias que convivem com o autismo. Ele fez um apelo aos colegas deputados, no plenário da Câmara, no sentido de buscar a efetivação de políticas públicas direcionadas ao tratamento digno e adequado para os portadores de autismo no País.
Disse Luiz Couto: “Muitos portadores de autismo, em virtude do desconhecimento da população no que concerne à identificação da doença, hoje estão sendo tratados como loucos, não há serviços especiais nem escolas especiais para cuidar dos autistas”, alertou o deputado.
O parlamentar chamou atenção da estatística que para cada 150 indivíduos 1 é autista e disse que os Governos não têm dado uma atenção especial para essas pessoas. Disse, ainda, que apesar do governador do Estado da Paraíba ter sancionado uma lei que garante ao autista o direito à educação e à assistência integral, até o presente momento nada mudou e não houve qualquer adequação dos serviços do Poder Público a esta realidade.
Na Paraíba, infelizmente, existe um cenário de total desconhecimento por parte da população e descaso por parte do Poder Público. Os portadores de autismo não dispõem de qualquer programa do Governo do Estado da Paraíba que lhes permita o mínimo de convívio e inserção social. Não existe a capacitação de educadores ou de membros da área de saúde para acompanhar o Transtorno Global do Desenvolvimento”, observou o parlamentar, que participou esta semana de uma reunião com familiares e amigos de pessoas portadoras de autismo.
Maria José Bechade, assessora de imprensa deputado Luiz Couto

sexta-feira, abril 2

2 DE ABRIL DIA MUNDIAL DA CONSCIÊNCIA DO AUTISMO

      De todas as surpresas, todos os sustos, todos os becos sem saída que a vida pode nos apresentar, um dos mais impactantes é a perda de um filho. A vida segue em frente, na ordem natural das coisas. Mas, às vezes, o carro toma a frente dos bois e tomba, causando completa perplexidade.
      A morte de um filho é uma ideia assustadora. Vivemos com a certeza de que, depois de nossa partida, nossos filhos permanecerão para dar continuação a tudo o que deixamos pendente. A perda do filho rompe essa lógica, causando um tão profundo sentimento de vazio, de luto, que se perde a bússola, rasgam-se os mapas já traçados para o futuro.
      O nascimento de um filho com deficiência, para a maioria das famílias, traz o mesmo sentimento de perda. Os pais planejam: "meu filho será jogador de futebol!" "Minha filha será advogada!" "Meu filho vai ser um Don Juan!" "Minha filha será médica!"        
     "Meu almoço de Páscoa será cheio de netos!" Quando se sente que essas expectativas poderão deixar de ser atendidas, perde-se o rumo.
      Um filho autista, por sua vez, traz outro tipo de angústia. Crianças autistas não têm traços que demonstrem suas características tão especiais e costumam ter um desenvolvimento aparentemente comum na primeira infância. Em torno dos três anos de idade, percebe-se que têm limitações para se comunicar, para interagir com as demais pessoas, mostram movimentos repetitivos. Nossa cultura e o conhecimento que médicos e professores têm do autismo são limitados. Assim, o diagnóstico é dado, na maioria dos casos, como se fosse uma sentença: fala-se em "incapacitante para toda a vida"! A sensação é a de uma puxada de tapete: quando tudo parecia bem, o terremoto!
      Os pais, caindo no luto que sucede essa notícia, encontram-se desamparados, sentem como se tivessem perdido o filho. Para piorar, a falta de conhecimento sobre autismo e os preconceitos são tão grandes que professores, mesmo de escolas especiais, evitam trabalhar com crianças autistas. Médicos e outros profissionais da Saúde se veem perplexos; poucos buscam novos conhecimentos, a maioria evita esses pacientes, ou repete velhos chavões.
       As dúvidas e medos dos pais são expressos em perguntas assustadas que, muitas vezes, não têm respostas adequadas:
      -"Meu filho vai ser independente? Vai ler? Vai usar o sanitário? Vai falar?"
      Raramente se encontra alguém habilitado a afastar essas preocupações. Pessoas autistas têm dificuldades de comunicação, mas aprendem a se comunicar. Têm dificuldades para entender as intenções das outra pessoas, mas gostam de conviver com elas e podem aprender esse convívio.. E muitas têm habilidades fora do comum, que compensam suas dificuldades..
      As pessoas autistas precisam de compreensão e dedicação. Seu processo de aprendizado é irregular, podem demorar anos para aprender a falar e dias para aprender a nadar. Muitas desenvolvem a leitura sozinhas, apenas observando os comerciais de televisão. A maioria tem o pensamento visual e memória prodigiosa; usar figuras para ensinar-lhes tem bons resultados.
      Ao contrário do que se imagina, pessoas autistas não são frias e sem sentimentos. Crianças autistas, em particular, são carinhosas; adultos autistas responderão ao mundo da forma como foram tratados ao longo da vida. Se toques e abraços lhes parecem sufocantes, podem, pacientemente, aprender a receber os carinhos de que precisam. Se a fala humana pode lhes parecer um conjunto de ruídos sem sentido, é preciso falar e mostrar-lhes figuras, para associarem os sons às imagens e, assim, aprender.
       Generalizações são sempre perigosas. Cada ser humano é um indivíduo em particular. Há pessoas autistas com grandes habilidades em matemática e outras incapazes de somar um mais um. Há aquelas capazes de discorrer horas a fio sobre Mitologia Grega, dinossauros ou carros, e outras incapazes de falar uma palavra sequer; há aquelas capazes de escrever longos discursos, mesmo sem falar. Há pessoas autistas que vivem vidas normais, trabalham, constituem famílias e criam seus filhos.
Importante é entender que seu lugar é conosco, com nossos mesmos direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalizaçã o, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, a salvo da negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.      
      Uma proteção que é dever da família, da sociedade e do Estado. Assim, aproveitamos o Dia Mundial da Consciência do Autismo, decretado pela ONU h´três anos, para lembrar a todos que as pessoas autistas, antes de mais nada, são pessoas. Que podem viver em sociedade, que têm esse direito. Que são nossos irmãos, dentro da grande família que é a Humanidade.
Argemiro Garcia
Pai de Gabriel, 16 anos
Salvador, Bahia, Brasil
Coordenador da AFAGA
Associação de Familiares e Amigos da Gente Autista
Secretário da ABRAÇA
Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo
http://www.afaga. com.br
http://www.cronicaa utista.blogspot. com

quinta-feira, abril 1

Dia Internacional do Autismo

No Dia do Autismo, 2 de abril, ONU pede conscientização e inclusão

O Brasil não tem estatística sobre o autismo, mas nos Estados Unidos e Europa já se fala sobre a maior epidemia do mundo, saltando de um caso a cada 2.500 pessoas na década de 1990, para o número assustador atual de uma pessoa com autismo a cada 120. Estimou-se em 2007 que no Brasil, país com uma população de cerca de 190 milhões de pessoas naquele ano, havia cerca de 1 milhão de casos de autismo, segundo o Projeto Autismo, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo. No mundo, há mais de 35 milhões de pessoas com autismo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.

A fim de alertar o planeta para essa tão séria questão, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou em 2008 o Dia Mundial da Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day), no dia 2 de abril de cada ano. Para 2010, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou a importância da inclusão social. “Lembremo-nos que cada um de nós pode assumir essa responsabilidade. Vamos nos unir às pessoas com autismo e suas família para uma maior sensibilização e compreensão”, disse ele na mensagem deste ano, mencionando ainda a complexidade do autismo, que precisa de muita pesquisa. Vários monumentos e grandes construções ao redor do mundo se propuseram a iluminar-se de azul como manifestação em favor dessa conscientização no dia 2, como o prédio Empire State, em Nova York, nos Estados Unidos.

No Brasil, é preciso alertar, sobretudo, as autoridades e governantes para a criação de políticas de saúde pública para o tratamento e diagnóstico do autismo, além de apoiar e subsidiar pesquisas na área. Somente o diagnóstico precoce, e consequentemente iniciar uma intervenção precoce, pode oferecer mais qualidade de vida às pessoas com autismo, para a seguir iniciarmos estatísticas na área para termos idéia da dimensão dessa realidade no Brasil. E mudá-la.

O autismo faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID) – também conhecido como Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Para muitos, o autismo remete à imagem dos casos mais graves, mas há vários níveis dentro do espectro autista. Nos limites dessa variação, há desde casos com sérios comprometimentos do cérebro a raros casos com diversas habilidades mentais, com a Síndrome de Asperger (um tipo leve de autismo) – atribuído inclusive a aos gênios Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Mozart e Einstein.

A medicina e a ciência de um modo geral sabem muito pouco sobre o autismo, descrito pela primeira vez em 1943 e somente 1993 incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da Organização Mundial da Saúde como um transtorno invasivo do desenvolvimento. Muitas pesquisas ao redor do mundo tentam descobrir causas, intervenções mais eficazes e a tão esperada cura. Atualmente diversos tratamentos podem tornar a qualidade de vida da pessoa com autismo sensivelmente melhor.

Para este ano haverá, entre outros eventos promovidos pela ONU, o lançamento do documentário "A Mother’s Courage: Talking Back to Autism” (Coragem de mãe: falando sobre o autismo, em tradução livre), narrado pela premiada atriz Kate Winslet (de Titanic). O filme fala sobre uma mãe islandesa que viaja para os Estados Unidos em busca de novas terapias para o filho que é autista.

Além do dia 2, o mês de abril é considerado o mês da conscientização do autismo no mundo.
*PAIVA JUNIOR
Jornalista, MTb: 33.245