Pensando um Segundo...

... é lógico que gostaria muito de reverter muitos traços de autismo no meu filho, pois almejo sua felicidade e independência, mas não tenho mais aquela angústia abafada no peito, desesperada por uma cura como se ele fosse um brinquedo com estragos e que eu queria a todo custo consertar. Hoje sou muito Feliz com o SEGUNDO de hoje. Curto cada momento de alegria dele , cada palavra nova, cada pequena descoberta . Acho ele tão doce... ( e marrento também, às vezes). Pelas palavras, na maioria das vezes, faltarem, ele substitui muito por gestos ou puxando minha mão para pegar o que ele quer, mas amo quando ele assiste um comercial ou ver escrito e diz: Mais Você ou “caderão do uqi”, “jorná nacioná”, armazém papaíba ou ainda quando pergunto o nome dele, da irmã, do pai e o meu(é claro) e ele responde rapidinho. E o melhor é perguntar como ele está e ele dizer: “estou apaxonado”. Se ele tem consciência do que fala? Não sei.... Só sei que o amo por tudo que faz e por aquelas que não consegue fazer. Tento não perde nada... nadinha da vida dele, pois, na vida, ele é meu professor.

Enfim como diz Dalai Lama : '' a felicidade é saber curtir o caminho e não só almejar a chegada. "

Abraços

Vilma Candido



sábado, março 27

FELIZ PÁSCOA


No Egito Antigo,... o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas e também era símbolo da lua para alguns povos da antiguidade. Sendo assim, ele se tornou símbolo da Páscoa devido ao fato da lua determinar a data da mesmo.
Que a páscoa seja um momento de reflexão e irmandade.
Muitos SEGUNDOs de felicidades para todos.

Dia Mundial da Consciência do Autismo- 2 de Abril

        
 Precisamos unir forças para que a população tenha consciência do que é o AUTISMO e para isso, na noite de 1º de abril, o prédio Empire State em NY estará acesso com luzes azuis, em conscientização sobre o dia do Autismo em 2 de abril.
        Estão repassando a campanha no resto do mundo para que todas as pessoas possam acender uma luz azul em suas casas. Outros prédios por todo o país e o resto do mundo estarão acendendo luzes azuis.


Coisas que você pode fazer para ajudar na conscientizaçã o do autismo:


1 - Usar o pin azul com o desenho de uma peça de quebra cabeça durante todo o mês de abril e quando as pessoas perguntarem você pode falar sobre o autismo e o porque de você estar vestindo;
2- Mudar as fotos do orkut e perfil no twitter ou facebook com a peça azul do quebra ou com o logo da campanha light it up: Blue e repassar para 10 amigos;
3- Digitar todos os seus emails em AZUL e colocar o logo Light It Up Blue na assinatura durante todo o mês de abril;
4- No dia 2 de abril vestir uma peça de roupa azul, camiseta ou calça e pedir pra seus amigos, familiares ou colegas de trabalho para vestirem também, tirar fotos e repassá-las. Publicar em flickr, orkut, twitter, facebook;
5- Cozinhar um bolo com o desenho da peça de quebra-cabeça Azul, de preferência todo em azul e levar pra escola, pro trabalho e dividir com seus amigos explicando o porquê;
6- Avisar aos responsáveis de igrejas, congregações para que falem do dia em seus Cultos, Missas e Celebrações, etc.
Existem várias maneiras de participar. Divulgue e ajude essa causa tão importante.
http://www.ama.org/. br

sexta-feira, março 26

Desconto de 80% em voo para acompanhantes de pessoas especiais


Ministério Público Federal em Campo Grande (MPF/MS) abriu inquérito civil para apurar a concessão de desconto de 80% nas passagens aéreas para acompanhantes de portadores de deficiência. O inquérito é conseqüência da denúncia de uma funcionária pública que não conseguiu comprar a passagem quando tentava viajar com a filha, portadora da síndrome de Down.

O inquérito civil foi instaurado no dia 26 de fevereiro pelo procurador Felipe Fritz Braga. Antes, era um procedimento administrativo que apurava se as empresas aéreas estavam concedendo o desconto de 80% previsto na resolução nº 9 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As respostas enviadas pelas empresas não foram consideradas satisfatórias por Braga, que decidiu pela conversão do procedimento em inquérito.

O caso é resultado de denúncia feita pela funcionária pública Cláudia Leão de Matos Pael em novembro de 2007. Naquele ano, ela ficou sabendo da resolução da Anac que determinava o desconto de 80% na passagem aérea do acompanhante de portador de deficiência. Mãe de uma menina com síndrome de Down, Cláudia teria que viajar para São Paulo, em janeiro de 2008, por conta de tratamento médica da filha, Ana Carolina, na época com 3 anos.

“Fiz um pedido por escrito para Gol e para TAM, ninguém me respondeu”. Mesmo assim, fez encaminhamento por escrito, anexou laudo médico e foi até o balcão da Gol, no Aeroporto Internacional de Campo Grande para comprar a passagem, que já tinha sido reservada. “No aeroporto, disseram que eles não estavam autorizados a receber a solicitação”. Depois da discussão inicial, os funcionários disseram que Cláudia poderia ter o desconto, mas sobre a tarifa cheia e não sobre o valor pago pela passagem pela filha, que já tem redução no valor por ser menor de 12 anos. A diferença era de quase R$ 500,00.

Cláudia foi até o Procon e o MPF denunciar a negativa da empresa em conceder o desconto da forma que resolução determina. Nesse meio tempo, a Gol não respondeu ao questionamento feito por ela e Cláudia conseguiu comprar a passagem com desconto de 80% pela TAM, depois que o caso foi divulgado pela Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Após a discussão inicial de competência do caso – se na esfera estadual ou federal – o MPF abriu procedimento administrativo no dia 15 de janeiro de 2008.

O procurador Felipe Friz Braga encaminhou ofício para a Gol: questionava como era a concessão do desconto e se havia informação afixada nos guichês da empresa. Braga ainda queria informações do tratamento da empresa sobre o caso de Cláudia Pael e se havia recebido a manifestação feita por ela. Um ofício também foi encaminhado para a Anac, solicitando abertura de procedimento fiscalizatório.

No dia 20 de janeiro, a assessoria jurídica da Gol respondeu os questionamentos, dizendo que concede o desconto com base no preço da passagem dada ao portador de deficiência. Porém, essa concessão só é dada se empresa exigir a presença do acompanhante.

Sobre o caso de Cláudia, inicialmente, a Gol afirmou que não havia encontrado reserva feita por ela. Em outro ofício, já com os dados da reserva feita por Cláudia, a Gol respondeu que Ana Carolina não poderia viajar sozinha, o que contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e as normas da empresa, que não oferece o serviço de babá a bordo para menores de 5 anos. A Anac também respondeu, no dia 4 de março de 2008, dizendo que abriu processo para apurar o caso.

“A empresa disse que minha filha era criança e teria que viajar acompanhada de qualquer jeito e por isso eu não teria direito ao desconto. Me senti humilhada, como se achassem que eu quisesse tirar proveito da situação”, lembra Cláudia. O MPF resolveu estender os questionamentos feitos no procedimento administrativo para outras empresas aéreas e enviou ofício a TAM, Ocean Air, Webjet, Trip e, novamente, para a Gol. Trip respondeu que o desconto seria dado mediante apresentação de laudo. A Gol também afirmou que o desconto era dado, desde que considerado uma exigência da própria empresa e analisado por junta médica.

Inquérito

Felipe Braga disse que as respostas não foram consideradas satisfatórias, principalmente da TAM. “De todas as empresas nossa percepção é no sentido de que essa é a empresa com menor transparência em relação ao Ministério Público nas questões atinentes a acessibilidade”. O procurador acredita que um dos resultado do inquérito deverá ser a divulgação da existência da resolução da Anac. Novos ofícios vão ser encaminhados às empresas.

Claúdia Pael também entrou com uma ação ordinária com pedido de tutela antecipada contra a Gol. Em primeira instância, em abril de 2009, o juiz Ricardo Gomes Façanha deferiu solicitação e determinou que a empresa conceda os 80% de desconto. Segundo o advogado Marcelo Bucker, a Gol recorreu da decisão no dia 16 de março. Segundo ele, o argumento de que a empresa é quem decide se o portador de deficiência terá acompanhante não pode ser restritiva, mas sim, um fator a mais para a concessão do abatimento. A assessoria da Gol diz que não irá manifestar-se sobre a ação estadual até que o processo transite em julgado.


Matéria publicada no site..

http://rmtonline. globo.com/ noticias. asp?n=484579&p=2&Tipo=

segunda-feira, março 15

Não existe educação inclusiva


Mais uma vez, Fabio Adiron, com seu dom da fala e da escrita, descreve muito bem a realidade dos cursos que se dizem  "Educação Inclusiva"

Questionado sobre a existência de algum bom curso de especialização em educação inclusiva fui obrigado a responder ao meu interlocutor que não conhecia nenhum, mesmo porque eu não acreditava na existência de nenhum curso sobre esse assunto.
Diante da surpresa da pessoa a essa minha afirmação expliquei que o mercado está cheio de cursos que se batizaram com esse título, mas nenhum deles é um curso de educação inclusiva, são cursos para a integração de pessoas com deficiência na escola regular. Não estão preocupados em como tornar a escola um local de qualidade para todos, mas, apenas e tão somente, querendo preparar pessoas para receber alunos com deficiência.
E se estamos falando de inserção de um grupo específico de pessoas isso não é inclusão.
Também não se trata de inclusão quando esses cursos focam parte do seu currículo nas características fisiológicas das deficiências. Como se para um professor fizesse alguma diferença saber se a cegueira do seu aluno foi provocada por glaucoma, diabetes ou por algum acidente.
E, mesmo se fizesse, nem por isso duas pessoas cegas pelas mesmas causas poderiam ser educadas da mesma forma. As pessoas com deficiência não são pacotes homogêneos de acordo a deficiência que possuem.
O modelo deficitário ressaltado nesses cursos leva as pessoas que o fazem a acreditar que especialistas médicos vão resolver o problema da educação. Isso apenas reforça a idéia de que é o aluno com deficiência é que precisa se preparar para ser aceito na escola. Se fosse inclusão estariam discutindo o que a escola precisa fazer para atender todos os alunos.
Nenhum desses cursos deixa de falar em legislação, pena que sejam apenas os artigos das leis que garantem a educação para as pessoas com deficiência, deveriam estar lendo a LDB inteira e não só um pedaço. Aí sim descobririam que avaliação é algo decidido pela escola e que ninguém é obrigado a dar prova em 50 minutos e notas de 0 a 10.
Um curso que ensine seus alunos a respeito de como educar todas as crianças. Um curso que ensine a explorar o potencial de cada uma. Um curso que fale de escolas que atendam com qualidade todo mundo. Um curso que ensine as leis e diretrizes da educação do país. Isso sim seria um curso inclusivo.
Para não deixar a pessoa que me questionava na mão, fui ver se descobria algum curso com esse perfil. E descobri. Atende pelo nome de pedagogia.
Educação inclusiva não é uma modalidade de ensino é a própria educação. Não é uma especialidade, se for, deixa de ser inclusiva.
Precisamos de escolas que preparem os professores a serem educadores de todos? Claro que sim. As nossas faculdades de pedagogia hoje preparam seus alunos para serem educadores dos alunos “médios”, uma aberração estatística inexistente na vida real.
Precisamos de pedagogos que estejam preparados para educar pessoas. Todas as pessoas.
Quando a formação dos professores for inclusiva ninguém vai precisar correr atrás de pseudo-especializações.
O que todos nós precisamos mesmo é de boa educação.

Fábio Adiron no Inclusão: ampla, geral e irrestrita

segunda-feira, março 8

Biólogo vê origem do autismo em célula

Um experimento com cultura de células está mostrando como alterações genéticas em neurônios podem levar alguém a adquirir autismo.
Um grupo da UCSD (Universidade da Califórnia em San Diego) extraiu tecido da pele de crianças portadoras desse transtorno e conseguiu convertê-lo em neurônios, para simular o desenvolvimento embrionário do cérebro. Ao compará-las com outras feitas a partir de crianças normais, os biólogos viram que algo estava errado.
Como o autismo é uma doença que se nota tarde no desenvolvimento de um bebê, em geral a partir de um ano, poucos cientistas esperariam ver problemas em neurônios de estágios iniciais. Mas o biólogo brasileiro Alysson Muotri acaba de testemunhar isso na UCSD, onde, aos 36 anos, dirige um laboratório de ponta em sua área de pesquisa.
"Começamos a perceber que o tamanho do neurônio perto do núcleo é menor, e também que a ramificação de terminais que existe em neurônios normais não existe no caso dos autistas", disse o cientista à Folha. "É uma coisa morfológica."
Como nem sempre o autismo tem uma relação clara com histórico familiar, os cientistas têm tido dificuldade para achar genes determinando propensão forte à doença. Muitos casos são "esporádicos" e não está claro ainda quais trechos do DNA são realmente importantes na geração da moléstia.
Mesmo não dispondo dessa informação, porém, o grupo de Muotri conseguiu demonstrar o forte lado genético da doença.
Células reprogramadas
Em seu laboratório, Muotri trabalha com as chamadas iPS -as células-tronco de pluripotência induzida-, uma invenção recente na biologia experimental. Diante da dificuldades técnicas e éticas de trabalhar com células de embriões humanos, cientistas criaram uma maneira artificial de reverter células adultas ao estágio embrionário.
É isso que Muotri faz com material extraído da pele de pessoas ou cobaias antes de transformá-lo em neurônios.
O paulistano trabalhou inicialmente com células derivadas de crianças com síndrome de Rett. A doença tem vários sintomas, sendo o autismo um deles. Esse transtorno foi escolhido porque tem uma causa genética já conhecida, uma mutação no gene MECP2. Depois, estendeu a pesquisa a outras síndromes de caráter autista e, por fim, usou células de crianças com autismo "esporádico", sem origem genética clara.
Todas pareciam ter o mesmo problema morfológico. "Isso significa que o autismo começa a se desenvolver já no embrião", diz Muotri, que à vezes encontra dificuldades em convencer outros cientistas de sua descoberta. "Já me perguntaram: "Como você pode afirmar que uma doença é genética se você não conhece o gene?"."
Genes saltadores
Uma mutação que afete o sistema nervoso, porém, não necessariamente afeta o aparelho reprodutor de um indivíduo, diz Muotri, por isso a doença pode ter origem no DNA sem ser estritamente hereditária. E o cérebro, nos humanos, está particularmente sujeito à ação dos chamados transpósons --genes que "saltam" de uma célula a outra, criando diversidade genética entre neurônios.
Como a ação dos transpósons é influenciada pelo ambiente, há um indício a mais de que ela pode ter relação com o autismo, também ligado a fatores ambientais e de desenvolvimento.
Como esse campo de pesquisa, além de levantar controvérsia, é ultraconcorrido, Muotri diz que tem procurado replicar seus experimentos o máximo que pode para dar credibilidade aos resultados. Por isso, nenhum estudo sobre as células iPS com DNA de crianças autistas foi publicado ainda em um periódico científico auditado.
Agora, além de produzir células em cultura para observação, o laboratório do cientista está produzindo "circuitos neurais". Emendando células em série, Muotri e seus colegas tentam verificar como neurônios derivados de crianças autistas se comportam quando estão interligados em rede.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u703458.shtml

segunda-feira, março 1

1o. Encontro Brasileiro Para Pesquisa em Autismo

É com muita satisfação que a Associação Brasileira de Neurologia, Psiquiatria Infantil e Profissões Afins (Abenepi-RS), juntamente com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul(UFRGS), através de cinco dos seus Programas de Pós-Graduação, além do Programa para Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (ProTID – HCPA/UFRGS) anunciam o I Encontro Brasileiro para Pesquisa em Autismo (EBPA - 2010), a ser realizado entre os dias 22 e 24 de abril de 2010.

http://www.ufrgs.br/ebpa2010
Porto Alegre, RS – Brasil
22 a 24 de abril de 2010
Local: Anfiteatro Carlos Cesar Albuquerque - Hospital de Clínicas de Porto Alegre
(http://www.hcpa.ufrgs.br/).
Ramiro Barcelos, 2.350. Bairro Santa Cecília. Porto Alegre / RS. CEP 90035-903.
PABX (51) 3359.8000. FAX (51) 3359.8001

sexta-feira, fevereiro 26

10 motivos para a escola ser de todas as crianças juntas

Durante os últimos 400 anos, a escola foi sempre do mesmo jeito. Como assim? Após quatro séculos, a escola continua sendo um lugar que decide tudo: o que os alunos precisam estudar, como eles precisam comportar-se para conseguir aprender o que os professores ensinam, quais atividades os alunos devem realizar, como será avaliado o aprendizado para a escola saber quem aprendeu e quem não aprendeu. A fim de poder cumprir essas decisões, a escola sempre foi um lugar que somente aceitava a matrícula das crianças que supostamente tinham capacidade intelectual para aprender.

Este tipo de escola sempre acreditou que não poderia matricular crianças consideradas, por algum critério, incapazes de aprender como a maioria dos alunos. Professores que trabalhavam neste tipo de escola sempre acreditaram que não era obrigação deles ensinar crianças que não se encaixavam no perfil de alunos capazes intelectual, visual, auditiva e fisicamente.

A escola e a sociedade copiavam uma da outra esse modelo de valorizar os alunos capazes e excluir os alunos considerados incapazes.

Mas, felizmente, nos últimos 15 anos, o mundo começou a mudar radicalmente contra este tipo de escola e de sociedade. Um número cada vez maior de pais, educadores e outras pessoas sinceramente preocupadas com os direitos de todos os seres humanos defende uma escola que receba e ensine todos os tipos de criança. Uma escola que encoraje todas as crianças a aprenderem juntas, colaborando e cooperando mutuamente. Uma escola que discorde da prática de separar as crianças em capazes e incapazes. Uma escola que concorde que todas as crianças são capazes e que cada criança é capaz a seu modo. Uma escola que admite que cada criança aprende de um jeito só dela e, por isso, tem o direito de aprender do jeito dela. Uma escola que ensina o que as crianças querem e precisam aprender em função da situação de vida de cada criança.

Os profissionais da educação deram o nome de “educação inclusiva” a esta nova e revolucionária forma de ensino e aprendizagem. As escolas que adotam o modelo inclusivo chamam-se “escolas inclusivas”.

Hoje, em todo o território brasileiro – a exemplo do que ocorre em muitas partes do mundo -, existem pais e educadores preocupados em transformar as escolas comuns em escolas inclusivas a fim de que todas as crianças e todos os jovens e adultos, quaisquer que sejam suas características diferenciais, possam estudar juntos em um ambiente positivo, includente, acolhedor, estimulante, desafiador, interessante, eficiente e eficaz. Um ambiente onde todos conseguem aprender, estudar, crescer e desenvolver- se como pessoas por inteiro.

Existem muitos recursos que podem ajudar pais e educadores a encontrar inspiração, orientação e apoio para que todos os alunos – sem exceção - tenham sucesso na escola. Isto acontece porque já existe um imenso conjunto de documentos que relatam experiências bem-sucedidas em educação inclusiva.

Um desses recursos é um pequeno texto que fala em 10 razões para a educação ser inclusiva. Ele foi produzido pelo Centro de Estudos sobre Educação Inclusiva, da Grã-Bretanha. Vou apresentar a seguir uma adaptação que fiz desse texto. A educação inclusiva é um direito humano, é uma educação de qualidade e tem um bom senso social. Os 10 motivos para uma escola ser de todas as crianças podem ser agrupados nestes três aspectos: direito humano, educação de qualidade e senso social.

DIREITO HUMANO
1. Todas as crianças têm o direito de aprender juntas.
2. As crianças não devem ser desvalorizadas ou discriminadas por meio da exclusão ou rejeição com base em sua deficiência ou dificuldade de aprendizagem.
3. Adultos com deficiência, descrevendo a si mesmos como sobreviventes de escolas especiais, estão exigindo o fim da segregação.
4. Não existem razões legítimas para separar as crianças na vida educacional. As crianças se pertencem, com vantagens e benefícios para todas. Elas não precisam ser protegidas uma da outra.

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
5. As pesquisas mostram que as crianças aprendem melhor, acadêmica e socialmente, em ambientes inclusivos.
6. Não há ensino ou atenção em uma escola segregada que não possa ser oferecido em escolas comuns.
7. Com apoio e compromisso, a educação inclusiva constitui um melhor uso dos recursos educacionais.


SENSO SOCIAL
8. A segregação ensina as crianças a terem medo e serem ignorantes, além de fomentar o preconceito.
9. Todas as crianças precisam de uma educação que as ajude a desenvolver relacionamentos e as prepare para a vida na sociedade.
10. Somente a inclusão tem o potencial para reduzir o medo e construir amizade, respeito e compreensão.

quarta-feira, fevereiro 24

ESCOLA IDEAL, na perspectiva de uma mente autista.

Pessoal, creio que a maioria de vocês já ouviu falar de Donna Williams, uma autista que é autora de material importante na área dos TIDs. A partir de sua própria história e vivência, ela nos conta como se sente e o que faz (e fez) para viver dentro do autismo. Eu gosto muito de ler as coisas que ela escreve e essa semana comecei a trabalhar em um de seus livros, fazendo uma adaptação para leitura própria e capacitação de minha equipe. Achei um parágrafo fantástico, que gostaria de compartilhar com vocês.
Fala sobre a ESCOLA IDEAL, na perspectiva de uma mente autista.
Algo que todos nós deveriamos considerar. Ninguem melhor que eles para nos guiarem nas suas necessidades.

A ESCOLA IDEAL


" (...) Para mim, ambiente educacional ideal seria aquele onde a classe teria pouco eco e com luz suave, onde os móveis e tudo ao redor provocassem em mim uma organização cognitiva, onde as coisas garantissem a minha rotina e que não tivesse muitas mudanças, pois mudanças no ambiente provocam mudanças dentro de mim. A minha escola ideal seria aquela em que eu saberia onde eu deveria me sentar, o que eu deveria fazer, para onde iriam me levar e o que esperariam que eu fizesse. Deveria ser uma sala onde eu pudesse ver o que eu preciso e não ver o que é desnecessário, onde eu pudesse ser avisada sobre “novidades” e “surpresas”. A escola ideal deveria focar no meu jeito visual e especial de aprender, onde o professor ensinasse pelos objetos e pelos fatos e não por interpretações, apelos verbais ou vagas exigências de escrita ou leitura. Nesta sala, não deveriam existir pessoas correndo, falando ao mesmo tempo, mudando de expressões e gesticulando para mim. Meu professor ideal deveria falar baixo, usar roupas claras (de preferência um uniforme), mostrar a minha tarefa sem precisar ficar dando muitas ordens e que entendesse o meu estilo de aprendizagem. Assim, eu aprenderia melhor" (...)

Williams, D. (1996). Autism: An Inside-Out Approach.An Innovative Look at the 'Mechanics' of 'Autism' and its Developmental 'Cousins'. Jessica Kingsley Publishers.
Tradução de parágrafo do capítulo 18 (página 284)
Maria Elisa

domingo, dezembro 6

Hiperatividade. Causa está na mesa, adverte psiquiatra

O médico psiquiatra Juarez Calegaro afirma que aspartame, glutamato monossódico, ômega 6 e outros produtos presentes na maioria de saborosos temperos, reduzem a capacidade defensiva do corpo afetam o cérebro e ameaçam a saúde em geral.

Problemas de linguagem, memória, habilidades motoras e instabilidade emocional. Estes são alguns dos sintomas que afetam milhares de crianças portadoras da desordem conhecida na medicina como déficit de atenção – DDA – e que pode ser, em parte, prevenida e tratada com alimentação correta.
Essa nova visão do tratamento infantil foi apresentada pelo psiquiatra Juarez Calegaro no IV Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional, na Fecomércio, em São Paulo , dia 13 de setembro.

Excesso que prejudica
De acordo com Callegaro, o consumo excessivo de alguns alimentos, como carboidratos refinados e aspartame, interferem no funcionamento cerebral, matando as células que fabricam neurotransmissores tranqüilizantes, responsáveis por inibir a excitação produzida pelo neurotransmissor glutamato. Em quantidade desproporcional no cérebro, o glutamato provoca os sintomas da hiperatividade.
“O açúcar também estimula a proliferação de cândida, fungo portador de toxinas que bloqueiam a produção de ATP. Essa é a bateria mais usada pelo cérebro para produzir neurotransmissores como o Gaba, cuja função é focalizar a atenção e frear a hiperexcitação psicomotora causadora da hiperatividade” observa o especialista.
O Dr. Calegaro crescenta que essas toxinas intoxicam o pâncreas, diminuindo a capacidade de suas enzimas quebrarem o glúten do trigo, a caseína do leite e as proteínas da soja, elementos que produzem opióides e anfetaminas que geram dependência, excitação e distúrbios de aprendizagem.

Na mesa, inimigos disfarçados
Outro elemento que eleva o estresse oxidativo no cérebro, atrapalhando seu funcionamento normal e ocasionando a síndrome, é o ômega 6. Trata-se de um nutriente presente em margarinas, em alimentos ricos em gorduras hidrogenadas e em gorduras animais, como carne vermelha, salmões criados em cativeiro, galinhas e ovos de granja. Além de agravar os problemas de aprendizagem e a excitação afetiva e psicomotora, o ômega 6 também provoca depressão do sistema imunológico, facilitando o ataque de vírus que retêm chumbo no cérebro e intensificam o problema.
“Hoje, uma em cada quatro crianças tem acúmulo de chumbo no cérebro. Chumbo e mercúrio são retidos também por substâncias produzidas pela soja, pelo chocolate, café instantâneo e, pasmem, pelo famoso espinafre, tido como alimento muito saudável para as crianças”, explica o psiquiatra.
O psiquiatra Juarez Calegaro, que é também autor do livro Mente Criativa, a aventura do cérebro bem nutrido, afirma que a exposição aos elementos contaminadores do meio ambiente como agrotóxicos e metais tóxicos, corantes artificiais e gorduras trans agravam igualmente a hiperatividade. Outros vilões são os alimentos que provocam alergia e os que contêm glutamato monossódico, substância presente em mais de cinco mil produtos salgados, como miojo, molho shoyu e os caldos para temperos.

Cuidados antes da gravidez
É importante ressaltar, no entanto, que não é só a alimentação das crianças que influencia o quadro da hiperatividade infantil: o que as mães comem durante a gravidez e o período de amamentação também faz muita diferença. “Mulheres que desejam ser mães devem fazer o exame de mineralograma capilar e testes de urina seis meses antes de engravidar, para identificar e corrigir caso tenham grandes concentrações desses elementos que geram o distúrbio”, recomenda Callegaro.
De acordo com o especialista, a boa nutrição evitaria 85% das malformações congênitas responsáveis por problemas neurológicos, como autismo e esquizofrenia. Outro cuidado que deve ser tomado é o controle da concentração de fungos no corpo da mãe, já que crianças contaminadas por cândida no parto têm sua imunidade prejudicada e precisam ingerir substâncias antifúngicas por toda a vida.

Trânsito livre para alimentos saudáveis
O psiquiatra lembra, contudo, que há alimentos que combatem os sintomas do déficit de atenção. É o caso de ervas como valeriana e taurina, que agem como calmante através do leite materno. Além disso, é recomendável sempre dar preferência a alimentos naturais e orgânicos, livres de agrotóxicos, corantes e outras substâncias artificiais e altamente prejudiciais ao organismo.
O Dr. Juarez Calegaro conclui afirmando que nos casos graves de hiperatividade, também é possível lançar mão de remédios por curto período de tempo. “Eles são aplicados no primeiro momento e retirados à medida que são descobertas e tratadas as causas mais profundas, relacionadas com alimentação, fatores psicológicos e falta de exercícios e de descanso suficiente”.

domingo, novembro 1

Fiocruz desenvolve exame inédito, e mais confiável, para autismo

Revista veja.com/medicina

O Brasil está desenvolvendo um exame laboratorial inédito para o diagnóstico do autismo, uma alteração caracterizada por isolar seu portador do mundo ao redor. O método promete ser uma alternativa mais confiável aos testes de laboratório hoje usados para identificar a doença. "Ainda estamos em fase de estudos, mas os resultados são promissores", diz o pesquisador responsável, Vladmir Lazarev, do Instituto Fernandes Figueira, centro de pesquisas ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. "Testamos o método em 16 autistas jovens e obtivemos dados homogêneos, muito significativos estatisticamente. Agora, queremos fazer novos testes. A previsão é de que o exame esteja pronto em até cinco anos."
De acordo com Lazarev, cientista russo radicado no Brasil há 15 anos, a vantagem do novo método está no uso da foto-estimulação rítmica. O recurso torna o exame mais completo que outros. Em linguagem comum: durante o já usual eletroencefalograma, projeta-se sobre o paciente uma luz que pisca de forma ritmada, estimulando os neurônios do cérebro a acompanhar no mesmo ritmo. Como o autismo é uma doença do cérebro, a reação deste ao estímulo luminoso pode indicar se ele apresenta alterações que podem se relacionadas à doença.
Os 16 autistas examinados durante a pesquisa, por exemplo, apresentaram deficiência no lado direito do cérebro. Nesta parte, que é responsável pelas habilidades sócioafetivas da pessoa - confira aqui quadro sobre o cérebro -, a atividade elétrica cerebral dos pacientes seguia o ritmo da luz, mas de maneira mais atenuada. "Com isso, podemos concluir que há uma deficiência funcional no hemisfério cerebral direito do autista", explica Lazarev.
Exames como a eletroencefalografia, se empregados com o paciente em estado de repouso, não detectam alteração na atividade elétrica do cérebro. Os resultados, portanto, nem sempre são satisfatórios quando não são empregados métodos de estimulação..Diagnóstico complexo - Os métodos laboratoriais, chamados de métodos de tipo objetivo, complementam o diagnóstico do autismo feito clinicamente, quando o paciente é avaliado por médicos de diferentes especializações: pediatra, neurologista e fonoaudiólogo, além de um psicólogo. Ou seja, isoladamente, o parecer deve sempre ser associado aos exames de laboratório. "A dificuldade em diagnosticar clinicamente o autismo se deve ao fato de a doença, um mal neuropsiquiátrico funcional, ter aspectos parecidos com os de outras enfermidades", explica Lazarev. Daí a importância de um diagnóstico objetivo cada vez mais confiável.
A grande maioria dos doentes - entre 60% e 70% - tem comprometimento da linguagem, em níveis variáveis. O restante - de 30% a 40% - tem linguagem e inteligência normais e, tecnicamente, são chamados de autistas de alto desempenho. Embora sejam iguais aos demais na dificuldade de compreender o contexto em que se encontram, emitem menos sinais da doença, que pode demorar a ser identificada e tratada. Isso é um fator de risco.
Entenda melhor a doença - Segundo Adailton Pontes, parceiro de Lazarev na pesquisa, o autismo é considerado hoje não apenas uma doença, mas uma série de distúrbios de desenvolvimento capazes de comprometer a interação social, a comunicação social e as habilidades imaginativas. "O autismo não é uma coisa única, há várias formas de autismos que variam no grau de comprometimento das funções - mais leve, moderado, mais grave e com níveis diferentes de inteligência", diz o pesquisador.
A base da doença é genética. O papel do ambiente - das influências externas recebidas pelo autista - ainda é desconhecido. "O que se sabe é que a pessoa nasce com predisposição para o autismo e, já a partir dos dois anos pode apresentar os primeiros sinais da doença, como a ausência de linguagem e a dificuldade de brincar", conta Pontes. "O ideal é diagnosticar a doença até os três anos. Está provado que, quando se faz a intervenção precoce, o prognóstico é melhor. Eles não vão se curar, mas vão se desenvolver mais, vão superar algumas dificuldades que os outros podem não superar porque não foram estimulados."
O autismo não tem cura, mas o portador da doença pode tomar remédios contra sintomas específicos, como a agressividade.