Pensando um Segundo...

... é lógico que gostaria muito de reverter muitos traços de autismo no meu filho, pois almejo sua felicidade e independência, mas não tenho mais aquela angústia abafada no peito, desesperada por uma cura como se ele fosse um brinquedo com estragos e que eu queria a todo custo consertar. Hoje sou muito Feliz com o SEGUNDO de hoje. Curto cada momento de alegria dele , cada palavra nova, cada pequena descoberta . Acho ele tão doce... ( e marrento também, às vezes). Pelas palavras, na maioria das vezes, faltarem, ele substitui muito por gestos ou puxando minha mão para pegar o que ele quer, mas amo quando ele assiste um comercial ou ver escrito e diz: Mais Você ou “caderão do uqi”, “jorná nacioná”, armazém papaíba ou ainda quando pergunto o nome dele, da irmã, do pai e o meu(é claro) e ele responde rapidinho. E o melhor é perguntar como ele está e ele dizer: “estou apaxonado”. Se ele tem consciência do que fala? Não sei.... Só sei que o amo por tudo que faz e por aquelas que não consegue fazer. Tento não perde nada... nadinha da vida dele, pois, na vida, ele é meu professor.

Enfim como diz Dalai Lama : '' a felicidade é saber curtir o caminho e não só almejar a chegada. "

Abraços

Vilma Candido



segunda-feira, agosto 10

Sonho...

Durma filho,
Que seus sonhos sejam reais
E que as estrelas te guiem...
Durma meu filho,

Que eu velarei teu sono
Creia, há um mundo além da lua
Onde seu espírito se liberta
E dança, e canta, e brinca e não sofre...

Durma filho,
Não tenho sono,
Temo pela noite quieta
Temo que nunca voltes

Pois teu mundo no além
Com certeza deve ser mágico
Seus olhos buscam o acaso.
O silencio das madrugadas

Faz-me repensar, reavaliar
Orar, orar baixinho
Sem a hipocrisia da repetição,
Quanta dádiva, seu corpo quieto

Durma filho,
A vida acordada sempre te cobrará
Viaja, reveja seus amigos...
Mas não me deixa aqui,

Espero-te como quem espera
o milagre do amor eterno...
Acordaste...
Bom dia filho, seu sorriso menino

Faz-me crê que tiveste
Uma linda noite,
Deus te abençoe meu filho
Agora eu posso adormecer
Segura minha mão fria
A ti caberá meu sono velar!

Autora
Liê Ribeiro
mãe de um rapaz autista

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