Pensando um Segundo...

... é lógico que gostaria muito de reverter muitos traços de autismo no meu filho, pois almejo sua felicidade e independência, mas não tenho mais aquela angústia abafada no peito, desesperada por uma cura como se ele fosse um brinquedo com estragos e que eu queria a todo custo consertar. Hoje sou muito Feliz com o SEGUNDO de hoje. Curto cada momento de alegria dele , cada palavra nova, cada pequena descoberta . Acho ele tão doce... ( e marrento também, às vezes). Pelas palavras, na maioria das vezes, faltarem, ele substitui muito por gestos ou puxando minha mão para pegar o que ele quer, mas amo quando ele assiste um comercial ou ver escrito e diz: Mais Você ou “caderão do uqi”, “jorná nacioná”, armazém papaíba ou ainda quando pergunto o nome dele, da irmã, do pai e o meu(é claro) e ele responde rapidinho. E o melhor é perguntar como ele está e ele dizer: “estou apaxonado”. Se ele tem consciência do que fala? Não sei.... Só sei que o amo por tudo que faz e por aquelas que não consegue fazer. Tento não perde nada... nadinha da vida dele, pois, na vida, ele é meu professor.

Enfim como diz Dalai Lama : '' a felicidade é saber curtir o caminho e não só almejar a chegada. "

Abraços

Vilma Candido



terça-feira, novembro 23

Diagnóstico precoce é instrumento eficaz

Há instrumentos e conhecimentos suficientes para identificar, já nos primeiros meses de vida, crianças com risco de desenvolverem autismo, segundo o neuropediatra José Salomão Schwartzman, professor em Distúrbio do Desenvolvimento da pós-graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Considerado um dos maiores especialistas brasileiros em transtorno do espectro autista (TEA), Schwartzman esclarece que não se fecha diagnóstico nessa idade. Mas frente à suspeita, é possível iniciar atendimentos que podem minimizar os prejuízos decorrentes do TEA.

Todos os especialistas recomendam o diagnóstico precoce até os três anos de idade. Nos Estados Unidos, segundo o psiquiatra infantil Walter Camargos Júnior, de Belo Horizonte (MG), especialista em diagnóstico precoce, existe uma avaliação das crianças aos 18 meses para triar os casos de autismo. Ele sugere que essa triagem seja instituída no Brasil pelo Ministério da Saúde com ajuda da Sociedade Brasileira de Psiquiatria.

— A velocidade na melhora clínica de crianças abaixo de quatro anos é muito maior se comparamos com as que iniciam tratamento aos seis anos — diz Camargos, como resultado da observação dele e sua equipe. Ele acrescenta que já há levantamento indicando que cerca de 90% das crianças diagnosticadas como autistas aos dois anos de idade mantêm tal diagnóstico posteriormente.

A maioria das suspeitas ocorre entre dois e três anos. Mas as razões disso, na visão de Camargos, decorrem da resistência das famílias em "ver problemas nos filhos", da falta de experiência prévia com criança de desenvolvimento normal, e porque os pediatras e as equipes do Programa de Saúde da Família não foram treinados para identificar os atrasos característicos do TEA nessa idade.

— Os pediatras dominam bem o desenvolvimento sensório motor, mas não os aspectos emocionais e cognitivos. Isso explica o porquê de eles identificarem facilmente atraso na fala, mas não na comunicação, como olhar, mudança da mímica em uma brincadeira, apontar, não responder quando chamado pelo nome, etc. Eles só identificam atrasos instalados em sua plenitude — explica Camargos, em artigo na revista Autismo. Essa realidade mostra a importância da capacitação dos médicos e das equipes multidisciplinares. O psiquiatra salienta que os bebês com TEA podem ter comportamentos normais, mas em quantidade muito menor. Ele lista alguns sinais que devem despertar a atenção dos pais e dos cuidadores e que podem ser facilmente vistos nos bebês. Um deles é olhar menos para a mãe e outras pessoas em momentos como o da amamentação e higiene pessoal.

Mas há vários outros, como não acompanhar com o olhar a movimentação da mãe, mas deterem-se em objetos; rejeitar aconchego físico, demonstrando sentirem-se melhor no berço quando ficam sozinhos; não se reconhecerem pelo som dos seus nomes a partir dos cinco meses; não apontar o que querem por volta dos oito meses e não apontar para partilharem interesses por volta de um ano; além de a geralmente não surgir na quantidade esperada (veja Saiba mais).

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